Fertilização In Vitro X Inseminação Intrauterina
Os pacientes que me procuram no consultório em busca de uma gravidez possuem muitas dúvidas a respeito dos tipos de tratamentos disponíveis.
Quando a indicação é uma Reprodução Assistida, é imperativo que todos os detalhes sejam esclarecidos antes de qualquer procedimento. A infertilidade é uma área muito específica da ginecologia e individualizada caso a caso e não há um igual ao outro. A consulta também é feita por etapas devido ao excesso de informações: diagnóstico e indicação de tratamento uma primeira etapa e detalhes do tratamento na segunda.
A maior dúvida é: qual a diferença entre Inseminação intrauterina e Fertilização in vitro?
A Inseminação intrauterina (IUI), técnica de menor complexidade, reduz o caminho percorrido pelos espermatozoides. É um procedimento mais simples, que consiste em processar o sêmen e introduzir os espermatozoides diretamente no interior do útero no momento que a mulher irá ovular. Para que seja possível indicar uma inseminação, é obrigatório sabermos se as trompas são possivelmente viáveis através de um exame que se chama Histerossalpingografia, visto que é nessa estrutura que ocorre a união dos gametas femininos e masculinos. Sua maior indicação é quando há um fator masculino leve ou moderado como causa da infertilidade.
Já a Fertilização in vitro (FIV), mais complexa, é a união do espermatozoide com o óvulo no laboratório, formando o embrião que será transferido diretamente para a cavidade uterina. O procedimento é realizado por etapas. Primeiro, serão prescritas medicações injetáveis para estimular o máximo da produção de óvulos. Esses óvulos são aspirados em laboratório sob sedação e mantidos em meio de cultivo adequado. No mesmo momento, o homem colhe o sêmen por masturbação ou punção de testículo nos casos mais graves.
Para que haja a fecundação, os espermatozoides são colocados com os óvulos no mesmo recipiente e são mantidos em estufa. A divisão das células é observada pela embriologista e do terceiro ao quinto dia, um embrião com quantidade de células adequadas é transferido ao útero. Esse processo não é doloroso, não requer anestesia e não há benefício em repouso após o procedimento. O teste de gravidez é realizado de 11 a 13 dias após a transferência do embrião, dependendo da fase que ele foi implantado. As principais indicações de FIV são endometriose, fator tubáreo (trompas uterinas prejudicadas), fator masculino severo, falha na inseminação.
A decisão do melhor tratamento sempre deve ser feita em conjunto com o casal após sua avaliação detalhada, mantendo sempre a empatia nessa relação entre médico e paciente para que o tratamento possa ser realizado com mais leveza, segurança e confiança.